A FORÇA DA EQUIPE

ARTIGO PUBLICADO NO SITE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RECURSOS HUMANOS  /  REGIONAL BLUMENAU EM  11.11.2004               www.abrhbnu.com.br

 

A FORÇA DA EQUIPE

 

Alan Schlup Sant’Anna

 

Há milhões de anos, em algum momento da história de nossa espécie, nossos antepassados se viram obrigados a caçar para garantir a sobrevivência.

Sem o aparato físico extraordinário de um grande felino, como um leão ou um tigre, os hominídeos da época tinham que apelar para outros recursos.

Nossos antepassados compensaram a fragilidade física com cérebros cada vez mais poderosos capazes de criar linguagem, construir armas e coordenar operações de caça grupal.

Podemos dizer que este foi um momento decisivo para o trabalho em equipe em nossa espécie. Isoladamente, um homem não era capaz de abater um mamute. Em grupo, podia abater vários.

O que torna o homem tão forte além é claro, de sua inteligência?

A sinergia do trabalho em equipe!

Outras espécies também trabalham em equipe, mas nem de longe com o nível de coordenação e complexidade que nós o fazemos.

Sinergia é definida pelo dicionário Houaiss como “ação conjunta de agentes cujo efeito combinado é maior que a soma dos efeitos individuais”.

Sinergia é o processo em que dois mais dois não resulta necessariamente em quatro, mas em cinco, dez ou mais.

Um grupo bem coordenado de dez trabalhadores não é dez vezes mais produtivo que um trabalhador isolado, mas talvez vinte ou trinta vezes mais.

Mas a simples formação de uma equipe será garantia de força ou sucesso?

Não! É preciso mais que simplesmente reunir um grupo de pessoas e instituir um chefe.

A capacidade de realização de uma equipe dependerá fundamentalmente de dois fatores.

O primeiro, e o mais importante deles, é a qualidade da liderança da equipe. O líder tem a difícil missão de coordenar o esforço conjunto produzindo o efeito sinérgico.

O segundo fator envolve as habilidades interpessoais dos membros da equipe; a habilidade de interagir construtivamente com os demais e que faz parte da inteligência emocional de cada um.

Algumas pessoas parecem ter uma facilidade natural para a interação equilibrada e construtiva. Outras, porém, manifestam exatamente o oposto pondo em risco a eficácia do grupo.

A boa notícia é que tanto as habilidades de liderança quanto a inteligência interpessoal necessárias ao sucesso de uma equipe podem ser desenvolvidas através de treinamento.

Competência para lidar com a objeção, influenciar sem manipular, não desperdiçar tempo e energia com tolas intrigas, não se ofender desnecessariamente, ser firme e ao mesmo tempo gentil, ser cooperativo sem tornar-se bajulador, desenvolver espírito de corpo entre outras habilidades, podem ser aprendidas.

Engajamento pode ser aprendido.

É crescente a preocupação das organizações com o perfil comportamental e a inteligência emocional de seus colaboradores. E não é para menos. O sucesso do trabalho em equipe depende destes aspectos.

O investimento em treinamento nestas áreas é uma das características das empresas de ponta que lideram os mercados, e uma necessidade absoluta para todos os que pretendem sobreviver e prosperar nesta nave com sete bilhões de humanos a bordo.

Alan Sant’Anna é escritor, palestrante e consultor, autor dos livros: DISCIPLINA O CAMINHO DA VITÓRIA, TEMPO E SUCESSO e EQUILÍBRIO PARA UMA VIDA MELHOR. conexã[email protected]